13/02 - Coluna Pensando bem... Político deveria ter formação superior !

Já se ouviu reportagens por aí, em São Paulo e Rio de Janeiro, sobre garis (limpadores de rua) que tiveram de se submeter a concursos públicos de nível médio com prova física e exame psicológico para preencher tal cargo; alguns têm até curso superior e pós-graduação. No Paraná, por exemplo, existem matemáticos trabalhando como coveiros.
No Estado de Goiás os policiais em início de carreira, tanto militares quanto civis, devem possuir curso superior.
Para se eleger um diretor de escola na rede estadual de ensino o candidato deve passar por uma prova escrita, uma eleição, a apresentação de um projeto, uma pós-graduação em Gestão Escolar e ser avaliado em seu primeiro ano de gestão sob o risco de ser destituído do mandato.

Então, vem a pergunta que não quer calar:

“- Por que esta sociedade tão exigente com seus novos profissionais em diversas áreas ainda não cobrou do governo uma bateria séria de requisitos dos candidatos a cargos políticos eletivos?” Como, por exemplo: formação superior, apresentação de projeto de governo durante a campanha e curso de capacitação e esclarecimento sobre a função que irá exercer no legislativo ou executivo.

Não sei quanto a vocês, mas, já estou cheio dessa onda de distribuir títulos de cidadão vilaboense para alguns que em nada contribuíram para a cidade; sem falar nos barracos ridículos e forjados que fazem mais parecer outra coisa...
Digo isto porque enquanto qualquer empresa em expansão por aí exige de seus representantes de vendas características básicas como curso superior, veículo próprio, boa aparência, bons antecedentes e experiência, no meio eleitoral partidário brasileiro se depara com os mais curiosos candidatos, muitos incompatíveis com as modernidades do mercado de trabalho do século XXI.
É um circo sem fim de pretendentes semi-analfabetos, sem noção do cargo em que irão exercer e muitos com antecedentes questionáveis.
Algumas pessoas românticas em busca de heróis populares podem até afirmar que não estou sendo justo com o princípio da isonomia entre os candidatos, de que não estaria sendo justo com a periferia por esta possuir em sua maioria pessoas de pouca instrução escolar. Bem, eu estaria sendo injusto se estivesse me referindo a uma sociedade brasileira de 10 ou 15 anos atrás, quando só os ricos, praticamente, possuíam curso superior. Mas, hoje em dia, felizmente, está aumentando cada vez mais o número de integrantes das classes C e D nos bancos das universidades. Ou seja, temos muita gente de origem humilde por aí capacitada a preencher uma eleição que exigisse formação superior.
Lembre-se que os ditos heróis das massas no século XX eram formados em faculdade, como foi o caso de Gandhi (advogado), Fidel Castro (advogado), Che Guevara (Médico), Nelson Mandela (advogado), Jânio Quadros (professor), assim como Lênin, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, dentre outros.
Quando falei, em outra matéria minha, sobre gente simples governando o povo eu me referia sobre gente capacitada e humilde no trato com a população. Que não venhamos a confundir simplicidade com incompetência.
A sociedade está doente, e da mesma forma que um enfermo precisa de um médico de verdade o povo necessita de gente séria para ajudá-lo a recuperar a dignidade. Mas, não se enganem; eu não quis dizer que os candidatos devem ser médicos... Se é que vocês me entendem.

Por José Maria (Pezinho)
Sociólogo e Professor
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