Com todo esse currículo, nossa região não tem como estar em melhores mãos.
Classifique: Há oito meses na Cidade de Goiás, é praticamente o tempo que está à frente do 6º batalhão. Como tem sido para o Senhor comandar essa corporação ao longo desse tempo ?
Ten. Cel. Cláudio: Bom , para mim, primeiro é uma satisfação e um prazer enorme comandar uma tropa igual ao 6º batalhão, mesmo pelo fato de exatamente há 22 anos eu ter servido essa unidade como aspirante e ficado por pouco mais de 3 anos nesta unidade. Então é uma tropa que eu já conhecia, e boa parte dela é uma tropa extremamente disciplinada, boa de serviço.
Classifique: Falando acerca dos últimos fatos que têm ocorrido na cidade, em destaque o assalto ao Banco Bradesco, a que o Senhor atribui tudo isso? Seria conseqüência do crescimento da marginalidade no estado, ou os maus elementos estão em busca de outros centros de atuação e veem em cidades pacatas como a Cidade de Goiás, uma maior facilidade para a prática do crime ?
Ten. Cel. Cláudio: Tudo isso contribui. Quando o delinquente marginal prepara a sua ação, elas são planejadas, não são aleatoriamente nem esporadicamente, eles planejam as questões de horário de atuação, qual será o alvo, porque este é o “trabalho” deles. Eles pensam assim: “ Qual é o alvo na cidade de Goiás? Vamos roubar uma agência bancária? Mas qual? O Banco do Brasil e Itaú têm circuito interno de TV, o Bradesco foi reformado recentemente e não tem”, na verdade eu não sei porque não colocaram na época da reforma.
Todos os bancos, o sistema de abertura do cofre é programado, em diferentes horas por dia para não ter rotina e para que o ladrão não tenha conhecimento disso. Porém, os ladrões chegaram no Bradesco no horário em que o cofre estava para ser aberto, e isso demonstra que eles realmente tinham informações privilegiadas, e só fomos informados do fato minutos depois. Mas não cabe à Policia Militar fazer esse levantamento, mas sim à Policia Judiciária, que é a Policia Civil.
Houve uma tentativa de sequestro a um comerciante do ramo varejista da nossa cidade. Porém, se obteve sucesso na prisão desses elementos, porque a policia tomou conhecimento do fato que tinha pessoas em atitudes de suspeita, nós fizemos a abordagem e prendemos os meliantes. Eu até determinei que se faça um SUPB de viaturas, pois lá está abrindo muito cedo, às 6:30h da manhã, e este é um horário crítico pra gente. Já mandei reforçar o policiamento para prevenir o crime.
Recentemente houve um roubo a um caixa eletrônico na cidade de Aparecida de Goiânia, e a policia de lá estava no encalço deles. Na nossa cidade foram tomadas todas as providências cabíveis quando o fato chegou ao nosso conhecimento por volta das 4:00h da manhã. Então esses maus elementos “caíram de pára-quedas” na região da Cidade de Goiás, eles eram do Mato Grosso, fizeram um assalto na cidade de Aparecida de Goiânia e deslocaram para essa região fugindo da Policia de lá. Portanto, eu não aceito e não admito de forma alguma que ninguém fale que na Cidade de Goiás, na nossa Vila Boa, está acontecendo muitas coisas. Não. O que aconteceu foi apenas uma tentativa de sequestro a um comerciante, frustrada pela PM.
Segurança pública é responsabilidade do estado, mas é dever de todos. Então se você não fechar sua porta, o ladrão vai entrar. Se você não cuidar da sua carteira quando entrar em um ônibus lotado, o ladrão vai levar. Se não tomar cuidado com sua bolsa tiracolo em um ônibus lotado em Goiânia, o ladrão vai passar gilete nela, levá-la e você vai ficar só com a alça. São rotinas que temos que tomar cuidado para ajudar na segurança.
Não adianta pensar: “Ah! eu pago impostos!” Tudo bem, do mesmo jeito todos pagam impostos, nenhum policial deixa de pagar os seus impostos também. Eu também contribuo com o meu salário e tenho que contribuir com a segurança pública como cidadão, pois antes de ser um Tenente Coronel da Policia Militar da unidade do Estado de Goiás, sou um cidadão como qualquer outra pessoa, sem nenhum privilégio a mais. Eu acho que nós como cidadãos temos que fazer a nossa parte .
Classifique: Dentro de todas essas repartições que o senhor esteve à frente, onde o senhor encontrou os maiores desafios a serem encarados?
Ten. Cel. Cláudio: Sem dúvida foi a ROTAN. Quando eu entrei para comandá-la, ela estava passando por uma grande crise. foram retirados vários policiais e se alastrou uma crise institucional daquela unidade. Os policiais ficaram totalmente desmotivados, contrariados e eu fiquei lá quase 2 anos. Nesse período fizemos a prisão de Mohammed que esquartejou aquela moça inglesa, a Cara Marie Burke. Também fizemos uma das maiores apreensões de drogas da história da PM: mais de 500 Kg de entorpecentes. Só foram ocorrências boas, muita apreensão de armas e foragidos. E até a tropa pegar confiança no meu comando foi um período muito difícil, mas graças a Deus passei o comando para o Major Brum, com a tropa com auto estima lá em cima, com viaturas novas. Enfim, foi a mais difícil, mas por ser difícil a ROTAN foi a mais prazerosa.
Classifique: Nessas festas de fim de ano e nas outras sucessiivamente, relacionando aos fatos ocorridos na Cidade de Goiás, haverá alguma intensificação da Polícia Militar, no sentindo de haver um policiamento mais ostensivo, como será isso?
Ten. Cel. Cláudio: O que eu sempre falo é que enquanto o cidadão comum festeja, a Polícia Militar trabalha. Então em momentos de festa como o Carnaval, Semana Santa, o FICA aqui na Cidade de Goiás, são os dias que a Polícia mais trabalha, e não vai ser diferente nesses próximos dias.
Temos eventos durante o ano todo, e em todos eles estaremos reforçando o nosso efetivo. Na virada do ano redobramos o policiamento, então eu gostaria que a sociedade entendesse isso e valorizasse um pouco mais essa nossa atividade que é árdua.
Costumamos dizer que o cidadão que está em perigo se lembra de dois seres: primeiro Deus e depois liga 190, quando passa o perigo esquece de Deus e amaldiçoa a polícia. Quando em apuros o 190 é o primeiro número que vem na cabeça de qualquer pessoa. Quando deixamos os nossos lares e familiares em uma época como o Natal e virada de ano, que se passa com a família, neste momento vamos cuidar da população na rua. As vezes vamos cuidar de meliantes que vem para bagunçar e não para festejar. Deixo aqui um aviso: não admito bagunça em nossa cidade.
Classifique: O senhor se considera um homem realizado?
Ten. Cel. Cláudio: Profissionalmente ainda não, pois eu sou Tenente Coronel, ainda falta mas um posto para eu alcançar o topo da carreira que é ser Coronel. Acho que a gente tem que estar sempre perseguindo alguns objetivos na vida e meu objetivo é chegar aos 100 anos. E quando eu chegar aos 100 anos, estarei realizado como pessoa e então estará nas mãos de Deus .
Classifique: Qual a mensagem que o Senhor deixa para o povo da Cidade de Goiás no sentido de tranqüilizar a população, em relação à segurança pública da Polícia Militar que está ativamente trabalhando 24h?
Ten. Cel. Cláudio: Basta que o cidadão Vilaboense faça uma retrospectiva: temos uma instituição que tem 153 anos de dedicação à sociedade da qual também fazemos parte. Podem festejar tranquilos, cidadão de bem tem que ter a consciência que esse é o nosso objetivo, o comando do 6º Batalhão leva a tranquilidade aos lares da cidade de Vila Boa. Aqueles que acham que aqui é terra de ninguém, vá cantar em outro terreno, pois não aceitamos e não admitimos, nem vamos tolerar abusos de ninguém.
Não vamos aceitar bagunça, nem de pessoas de outras cidades que vem com som alto para bagunçar a nossa noite tranquila, escapamentos estrangulados de motos que perturba a maioria das senhoras que estão dormindo em casa, então pense o seguinte: Goiás é uma cidade ordeira que a Policia Militar garante tranquilidade e segurança à essa sociedade tão carismática que são os Vilaboenses.
Classifique: Finalizando, nós da equipe do Jornal Classifique parabenizamos o senhor que sempre vem fazendo um trabalho de informação à população. Também queremos parabenizar toda corporação pelo trabalho e por tudo que tem feito em prol da população da Cidade de Goiás. Temos certeza de que seu trabalho irá continuar cada vez mais afiado na defenssoria dos cidadãos de bem.
Ten. Cel. Cláudio: Eu também costumo dizer que a sociedade tem a polícia que merece, assim como o bom filho tem o pai que merece. Se o filho é um filho ordeiro, obediente, aquele pai jamais irá chamar a atenção dele, dar um tapa ou um beliscão que é coisa da nossa época, e que hoje não pode mais. Mas aquele menino bagunceiro, “arteiro”, como dizia a minha avó, de vez em quando vamos ter que dar um beliscão nele e se ele não entendeu nosso recado, vamos ter que ir com uma ação mais forte, e essa ação mas forte com relação a bandido é levá-lo para trás das grades. Agredeço a vocês do Jornal Classifique e desejo um ano de 2012 cheio de alegria e prosperidade para todos.
Por: Gessy Chaves
0 comentários:
Postar um comentário
Comentários anônimos não serão publicados.