Ditaduras de décadas no Oriente Médio estão sendo varridas do mapa numa ‘tempestade de deserto’ que a massa explorada daquela região deu início, em busca de democracia, através de um ato isolado de um jovem manifestante desempregado que se matou incendiado e arrastou consigo toda uma comunidade em levantes que se espalharam num gigantesco efeito dominó: Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen, Síria, Argélia, Marrocos, dentre outros, no que o mundo convencionou chamar de “Primavera Árabe”.
Ao mesmo tempo o Japão deu uma lição ao mundo de superação ao se recuperar rapidamente da maior tragédia natural que aquele país já enfrentou na forma de um tsunami. Estradas, pontes e casas se reerguendo numa velocidade impressionante e com um sutil e admirável detalhe: os comerciantes tiveram o bom senso de não elevarem o preço dos agasalhos, da água e da comida em meio à tragédia. Enquanto que os donos de supermercados na região serrana do Rio de Janeiro abusavam do desespero das famílias flageladas dos desmoronamentos dos morros em janeiro de 2011 vendendo suas mercadorias até quatro vezes mais caro que o normal. Aqui se percebe um paradoxo: o japonês, com sua fama de frio e calculista, é mais solidário que o descontraído brasileiro. Ou seja, quem muito sorri pra você nem sempre tem a intenção de ajudá-lo; pense nisso quando receber a visita dos risonhos candidatos sem propostas em sua casa.
O poderio econômico americano e europeu entrou em colapso de tal maneira que não se sabe quando irá se recuperar. A onda de desemprego nestas potências acabou dando origem a movimentos sociais de protesto como “Os Insatisfeitos”, na União Européia, e o “Ocupe Wall Street”, nos Estados Unidos. Em meio a este caos há quem diga que o capitalismo, como nós o conhecemos, está com seus dias contados.
A recessão mundial mobilizou até mesmo alguns brasileiros com manifestações em algumas capitais do país sob a bandeira da “Ética na política brasileira”, ou seja, o combate a corrupção.
Até as emissoras de TV estão pegando carona neste despertar da consciência coletiva através de produções como as mini-séries “O Brado Retumbante”, sobre um fictício presidente honesto, e a história bíblica “Rei Davi”, que acaba mexendo com a imaginação política do meio cristão com a visão de um governante ideal que tenha temor a Deus.
E um elemento em comum em todos estes relatos foi o instrumento utilizado para tanta agitação: as telecomunicações; principalmente a internet.
Certa vez Assis Chateaubriand, grande jornalista brasileiro, deu a dica: “Quer ter uma opinião? Tenha um jornal.”
Bom, nem todo cidadão tem condições de possuir um grande jornal, uma emissora de rádio ou um estúdio de TV, o que permitiu por muito tempo que só a elite pudesse expor suas idéias. Hoje em dia a população possui uma arma revolucionária sem precedentes e muito mais poderosa que a luta armada: as redes sociais!
Cabe a você saber utilizá-la para a perda de tempo dos bate-papos e fofocas ou para denunciar os desmandos que existem por aí. Exerça sua democracia e cidadania, denuncie, não feche os olhos para os erros que se vê cotidianamente. Não aceite que indivíduos de índole duvidosa (pra não dizer, mais suja que lama em final de enchente) governem qualquer coisa que seja pública.
E que 2012 seja o fim do mundo... para os corruptos.
Por José Maria dos Santos (Pezinho)
Sociólogo e Profeesor
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